Na última quinta-feira, no Latam Retail Show 2021, fui mediadora e participei do debate sobre a importância da governança no ESG ao lado dos grandes líderes e amigos Leila Loria, Presidente do Conselho do IBGC; Arthur Grymbaum, Vice-Presidente do Conselho do Grupo Boticário; e Jean Jereissati, CEO da Ambev.
No painel “Sem G, não tem ESG”, destrinchamos o tema da governança em seus mais diversos aspectos dentro dessa sigla tão fundamental para as organizações no mundo atual. O papel da liderança para transformar a mentalidade de colaboradores e franqueados foi um dos destaques.
Outro tópico muito relevante é a necessidade de reinvenção constante dos Conselhos, que hoje têm de estar preparados para lidar com pautas mais desafiadoras e assim capacitados para desenvolver uma cultura efetiva de ESG nas empresas.
Para mim, o certo é que deveríamos colocar a letra G em primeiro lugar. Não porque em si ela seja mais importante, mas porque é ela que dá condições para as outras duas tomarem o seu verdadeiro lugar e importância.
Mas e sobre Governança, será que realmente dominamos o conceito? Partindo do que diz, numa maneira resumida, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), “a governança é um recurso que traduz os princípios e valores de uma organização em ações que possuem um impacto positivo na gestão da empresa.
Isso posto ao lado da definição de ESG, “conjunto de padrões e boas práticas que visa definir se a operação de uma empresa é socialmente consciente, cuida do seu impacto ambiental e é corretamente gerenciada”, torna a nossa vida muito mais fácil enquanto gestores conscientes e atuantes.
Note que ambas as definições partem de princípios e valores e chegam na prática.
Pois bem, se a palavra comove, o exemplo arrasta, não é mesmo? Então separei 5 exemplos práticos de uma governança ESG para você se inspirar ou verificar se sua empresa está alinhada com os princípios da boa governança:
- Estabeleça fóruns e rituais que permitam estruturar discussões sobre Propriedade (como os acionistas querem interagir e votar), sobre Família (e a educação das novas gerações para o futuro); e sobre a Empresa em si (para que a gestão de curto, médio e longo prazo traga longevidade).
- Mantenha maior transparência com os stakeholders (sejam eles acionistas, funcionários, clientes, fornecedores, sociedade ou governo).
- Invista no desenvolvimento das lideranças.
- Adote um sistema de compliance para manter a saúde fiscal e financeira da empresa, além de mostrar a luta da empresa contra a corrupção e subornos.
- Crie um conselho de administração independente diverso e aberto às discussões de um mundo VUCA (Volatile, Uncertain, Complex and Ambíguos) ou BANI (Brittle, Anxious, Nonlinear and Incomprehensible).
Por fim, você ainda pode perguntar “por que abraçar o ESG?”
Existem muitos motivos, e se a consciência e a busca pelo bem-estar coletivo não bastarem, já há algum tempo o mercado financeiro internacional se debruça sobre o tema e usa cada vez mais o ESG como critério de escolha na hora de decidir onde colocar seu dinheiro.
Vamos ficar com alguns números globais de 2020 como exemplo para entendermos o tamanho do mercado do qual podemos participar ou abrir mão:
– 490 bilhões de dólares foram arrecadados em títulos verdes, sociais e de sustentabilidade.
– 347 bilhões de dólares foram investidos em fundos focados em ESG. Mais de 700 fundos do tipo foram lançados.
– E este ano, 650 bilhões de dólares é, até aqui, o valor das emissões de dívidas sustentáveis (Moody’s Investors Service).
Então, seja por convicção, conveniência ou compliance, mova sua empresa em direção a melhor governança e tenha um lugar junto ao seu público e aos investidores.