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Quando a escolha é entre privilegiar carreira ou família, o que vale mais a pena?

O que aprendi é que não adianta colocar uma regra dura e imutável de “carreira primeiro” ou “família primeiro”, se cada situação exige uma versão diferente de nós mesmos. 

Tem aquela versão em que somos jovens cheios de energia e quase nenhuma responsabilidade familiar. Tem a que nos tornamos esposas, maridos, pais. Há, ainda, a versão em que somos nós os responsáveis por cuidar dos nossos pais. 

Eu já vivi algumas dessas e, há 20 anos, estava exatamente numa encruzilhada, em que precisava escolher entre privilegiar a carreira ou a família. 

Eu tinha terminado meu MBA e recebido 6 propostas de empresas internacionais, mas disse “não” a essas companhias. Optei pelo cargo de gerente de uma fábrica da Ambev, na Bahia, que era uma grande oportunidade e me deixaria mais próxima do meu noivo à época.

Qualquer uma daquelas tentadoras propostas que recebi no exterior teria me trazido experiências incríveis. Mas, naquele momento, meu instinto me mandou ficar ao lado do meu companheiro, que mais tarde provaria ser um dos meus maiores incentivadores. 

Com ele também construí uma família e experimentei o amor incondicional de mãe, que me traz ensinamentos valiosos todos os dias. Então, essa escolha valeu a pena!

Mas, o desejo de trabalhar no exterior não desapareceu e, quando esse mesmo dilema “carreira X família” se apresentou novamente a mim no ano seguinte, eu segui um caminho diferente.

Eu tinha acabado de ter meu primeiro filho, quando recebi uma proposta para assumir a cadeira de diretora financeira da Ambev na Venezuela.

Meu filho tinha apenas dois meses e, embora a lógica dissesse que era loucura ir sozinha para um país diferente com um bebê pequeno, o instinto falou mais alto e eu fui.

Posso dizer que essa foi uma temporada maravilhosa! Nossa família se manteve unida, mesmo com a distância geográfica, e me senti realizada profissionalmente.

Não havia culpa, pelo contrário, me senti empoderada. Então, de novo, valeu a pena!

Até hoje essa difícil escolha se apresenta a mim cotidianamente, em situações mais ou menos radicais. E será assim sempre, acredito.

E tudo bem se for. Se eu permanecer respeitando a mim mesma, à minha família e não fechar os ouvidos para o meu instinto, de um jeito ou de outro, eu sempre saberei o que vale mesmo a pena!

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