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Report da Singularity University traz análises dos futuros possíveis para o Brasil

O futuro é um assunto recorrente na pauta de quem está à frente de alguma organização. Sim, gestores precisam estar em constante movimento, se deslocando pelos aprendizados do passado, executando no presente, sem deixar de analisar os cenários que estão por vir. É o único jeito de garantir a sobrevivência do negócio, principalmente em tempos de rápidas e profundas transformações como as que vivemos hoje.

Para ajudar as organizações nesse desafio de vislumbrar o futuro, a Singularity University Brasil (SU Brasil)  lançou o xTech Views: relatório anual de análises e cenários futuros. A primeira edição do documento traz uma seleção de artigos de experts da SU Brasil, que citam tecnologias como inteligência artificial, blockchain e cidades inteligentes, além de caminhos em áreas como neurociência e sustentabilidade.

No relatório, dois artigos me chamaram a atenção de maneira especial por tratarem de assuntos que aparecem com frequência na minha pauta: liderança inovadora e ESG. 

No artigo “Economia das Ideias”, o expert em Economia Exponencial Eduardo Ibrahim faz um alerta aos líderes sobre a necessidade do real entendimento da era da economia exponencial, assim como a urgência de ações práticas para sobreviver a ela. Esse não é um assunto só de economistas, ele destaca. E se líderes políticos, CEOs de empresas, conselheiros e outros gestores não “derem um banho de tecnologia” na sua forma de pensar a economia, o Brasil será engolido pelas transformações dessa era.

No seu argumento ele faz um paralelo entre o que chama de “loucos anos 20” e o período que vivemos agora. Nos anos 20 – a chamada era industrial – o mundo viveu um período de crescimento econômico e prosperidade generalizada, causados pela distribuição em escala de eletricidade e pelo fim da crise humanitária da gripe espanhola. Segundo Eduardo Ibrahim, era o momento em que “ideias engargaladas foram colocadas em prática”.

Em um cenário parecido agora, o mundo caminha para a resolução da crise da Covid-19 e temos a inteligência artificial como a “nova eletricidade”. A história mostra que um futuro de crescimento pode estar logo à frente. Mas, o autor lembra que algumas diferenças entre a Era Industrial e a Era de Base Tecnológica exigem das lideranças maior protagonismo.

É que agora as ideias são do tipo “disruptivas” e têm potencial para mudar a própria economia. Além disso, elas já nascem digitais, então são implementadas instantaneamente. Para Eduardo Ibrahim, isso muda tudo porque “ganha quem tiver maior capacidade de implementar a enxurrada de ideias que estão fluindo no mundo todo”. 

Nesse sentido, o autor alerta para a necessidade de um movimento coletivo das lideranças no Brasil para criar agendas e modelos operacionais integrados de introdução de tecnologias como Internet das Coisas, Inteligência Artificial e Biotecnologia. Ele lembra que, mais do que integrar tecnologias às áreas de conhecimento, é hora de “transformar as próprias áreas de conhecimento em áreas de base tecnológica”.

Um segundo artigo que me chamou a atenção foi o do expert em Mobilidade Digital da SU Brasil. Peter Cabral destaca as diversas transformações que o mundo viverá no início dessa década e que nortearão o século XXI. Em seu artigo “Shareholder Capitalism, Floresta em foco e Cidades Conectadas”, ele traz uma série de conceitos que estão ligados à discussão de ESG.

Para o autor, alguns temas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável terão destaque no futuro próximo, como ambiente, comida, saúde, educação e energia. Ele cita os “vertical farming projects”, que garantem o aumento de safras, por meio do aproveitamento de espaço e sem interferência climática. Ele acredita que o entendimento da floresta como ativo deve gerar políticas de incentivo à preservação.

Peter Cabral também chama a atenção para a revolução que a tecnologia 5G fará, ampliando a aplicação da IoT e gerando desenvolvimento econômico, social e humano. Além disso, cita o conceito de 15-minute City, cuja ideia principal é que todo cidadão deve chegar a qualquer lugar na cidade em até 15 minutos, seja a pé ou por meio de um veículo. 

Na esfera do trabalho, o artigo lembra o fim da autocracia. Segundo ele, as pessoas buscarão cada vez mais o conceito de Organizações Orgânicas (O2), que prezam pela holocracia, em que a decisão é compartilhada. O autor conclui com a ideia de “longevity mindset”, lembrando que vamos envelhecer nos reinventando (e não aposentando) e que exigiremos, cada vez mais, qualidade de vida e bem-estar.

Esses são apenas dois dos oito artigos que a 1ª edição do xTech Views traz. De fato, o relatório lança sobre nós um amontoado de conceitos sobre o futuro que podem até nos deixar um tanto eufóricos, sem saber para onde olhar primeiro. Mas, não há outro caminho para os líderes empresariais que querem sobreviver à “louca década de 2020”, como diria Eduardo Ibrahim. O caminho é mirar as mais diferentes possibilidades de futuros para não ser surpreendido na Era das Ideias. 

Baixe o report em https://conteudo.hsm.com.br/xtechviews 

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