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Das muitas lives que marcaram meu ano de 2020, uma me tocou de forma especial e me fez refletir sobre a liderança que precisamos construir em 2021 no mundo corporativo.
A live foi promovida pela Associação Ariele Brasil com o tema “Narrativas de RH – Histórias Invisíveis”. Durante o evento, um conto que escrevi sobre uma vivência profissional foi compartilhado por meio de uma encenação teatral da atriz (e executiva) Isabella Carneiro. A performance gerou uma rica discussão e uma reflexão sobre como criamos uma geração inteira de “cansados do mundo corporativo”.
A história encenada foi sobre minha participação na convenção de vendas de uma empresa onde atuei. Eu era palestrante nesse evento e minha missão era inspirar os presentes falando sobre as realizações do ano e sobre algo de cunho mais pessoal. Resolvi que subiria naquele palco e falaria como SER humano, do meu jeito, sem máscaras. Falei dos meus compromissos comigo mesma e que me levaram até onde cheguei. Fui autêntica e falei de falhas que tive, de demissão que já vivi e também de vitórias que obtive
Ao fim daquele evento, eu cantei. Aliás, cantar é uma das coisas que fazem parte de quem eu sou e eu usei isso naquele dia. Cantei a música “Baianidade Nagô”, que tem um trecho que diz: “eu queria que essa fantasia fosse eterna”. O público ficou nitidamente emocionado e naquela noite vi que eu tinha mexido profundamente na alma de várias pessoas dali.
Na live da Ariele, discutimos o porquê meu relato causou tanta comoção na tal convenção, e entendemos que no meio daquele público – e em milhares de outros lugares – havia talentos buscando espaço para serem autênticos e viverem a eterna fantasia de serem aquilo que são, por inteiro. Mas, em muitos casos, eles encontram líderes que limitam, podam, cobram sem medida e solicitam que eles voltem à caixa, sem muitas invenções.
Houve testemunhos de gente que está repensando sua presença no mundo corporativo justamente porque sentem que não há espaço para pessoas que vão além do que está posto, que usam a arte, a criatividade e o pensamento crítico para propor novos caminhos.
“A cena corporativa demanda uma coreografia e uma forma de se relacionar que por vezes anula nossa maior potência, que é a nossa essência. São muitos protocolos que limitam cabeças criativas e inquietas. Isso tem feito vários profissionais se perguntarem: ‘o mundo corporativo foi feito pra mim?’”, me contou uma das participantes.
Fiquei impactada com esse relato e com a ideia de que, de fato, os melhores estão sendo vencidos pelo cansaço que a mise en scène do mundo corporativo exige.
Na minha visão eles são os melhores porque não querem apenas bater cartão. Eles têm muitas ideias, têm uma visão ampla e não enxergam o trabalho apenas como fonte de receita, mas como um ambiente de transformação para si mesmos e para os outros. Eles normalmente dão trabalho à liderança porque estão sempre propondo coisas novas, mostrando novas formas de pensar. E querem SER, para então FAZER.
Eles estão cansados porque, diante de uma liderança fraca, são desencorajados e convidados a voltarem para os processos burocráticos de sempre. Por isso há tantos talentos largando anos de carreira e se tornando empreendedores, consultores ou conselheiros.
Se por um lado essa é uma constatação triste, por outro ela serve como alerta e nos convida a participar de um movimento de transformação desse mundo corporativo cansativo. Como líderes, podemos e devemos enxergar nossos talentos para além dos seus cargos e escopos de trabalho, dando espaço para sua autenticidade.
Precisamos ouvir suas percepções e até instintos – por que não? – sem exigir deles uma adequação cega às regras, sem questionamento. Devemos agir de tal forma que aquela fantasia de “ser o que nasceram para ser” finalmente deixe de ser fantasia e se transforme numa eterna realidade.
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