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O “S” do ESG começa com a confiança dos colaboradores.

Recentemente, me deparei com uma pesquisa do BNP Paribas que destacou que cerca de 51% dos investidores consultados consideraram a sigla “S” do ESG a mais difícil de ser analisada e incorporada às estratégias de investimento.

Não é segredo nenhum que inúmeras empresas ainda possuem dificuldades no que se refere às decisões que o negócio toma em prol da sociedade e, às vezes, acabam por nem alocar recursos para lidar com a agenda do “S” — que acaba ficando um pouco de escanteio. 

Entretanto, o Social não é apenas olhar da porta da empresa para fora. O Social tem a ver com um olhar mais amplo – para dentro: seus colaboradores, o board, e para fora: os fornecedores, os consumidores, as comunidades em que atua e a sociedade como um todo. O “S” tem a ver com GENTE..

Das três letras do ESG, sabemos mais claramente identificar as ações do “G” e do “E”, mas o “S” acaba por ser muito mais difuso porque ele clama por ações relacionadas a pessoas que estão dentro e fora do âmbito da empresa.

E as relações da empresa com estas pessoas tem uma relação de impacto, a qual denomino Visão Sistêmica da Governança Social. Nesta visão, tudo começa com a confiança dos colaboradores (em si, nos outros e na empresa,, o que acaba trazendo  mais inovação à empresa, impulsionando melhores produtos e serviços e conquistando a confiança dos consumidores.

Dessa forma, os processos acima aumentarão a reputação da empresa no mercado e trarão melhores resultados sustentáveis. Estes retornos ajudarão a companhia a fazer novos investimentos (inclusive sociais e de impacto), o que fará com que o negócio alavanque sua reputação na sociedade.

Este impacto na sociedade refletirá na atração, engajamento e retenção de mais talentos, que naturalmente contribuirão com mais inovação na empresa.

Se a empresa está com dificuldades de aplicar e desbravar agendas sociais e contribuir com a comunidade e a sociedade em geral, entenda, primeiramente, a natureza da sua atividade e priorize o olhar para dentro, com foco em desenvolver a confiança dos colaboradores. Este é, a meu ver, o pontapé inicial de uma visão sistêmica de governança social.

Não há mais volta para o antigo modelo de negócio somente baseado em lucro. Ele é importante, mas o olhar corporativo precisa ser ampliado.  Mesmo que sua empresa não possa abraçar todas as siglas do ESG, comece por alguma e dê a largada em direção ao futuro sustentável do negócio.

https://exame.com/bussola/claudia-elisa-a-transparencia-radical-e-as-reunioes-de-conselhos/

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