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Diversidade não basta: resultado também depende de abertura ao contraditório

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Diversidade traz resultado para o negócio. Diversas pesquisas evidenciam isso, inclusive uma recente da McKinsey. O relatório “Diversity wins”, publicado em maio deste ano, contou com entrevistas em mais de 1.000 grandes empresas em 15 países e chegou à conclusão que empresas com diversidade de gênero em suas equipes executivas têm 25% mais probabilidade de ter lucratividade acima da média. No caso de diversidade étnica esse percentual é ainda maior: 36%.

Por outro lado, o mesmo relatório mostra que ainda estamos longe do ideal. De acordo com o estudo, mais de 30% das empresas pesquisadas ainda não tem mulheres em suas equipes de líderes. Já a representação de minorias étnicas na liderança dos negócios ouvidos é de apenas 14%. O que acontece, então? Se é tão evidente que diversidade traz resultado, por que tantas empresas ainda estão longe dessa realidade?

Meu palpite é que a diversidade protocolar por si só não basta. As ações de diversidade precisam, necessariamente, estar inseridas em uma CULTURA de  diversidade, para que as coisas realmente mudem para melhor. 

Vamos pensar na formação de um Conselho Administrativo? A presença de pessoas diversas é essencial para a profundidade e a riqueza do que será discutido. Acredite: a diversidade de vivências, opiniões e perspectivas ditará a qualidade desse Conselho. Mas, de nada adiantará a presença de pessoas diversas se não houver um ambiente de confiança mútua e de abertura ao contraditório.

É isso que eu estou chamando de CULTURA! Um Conselho diverso é aquele que tem pessoas com diferentes expertises e mindsets, mas também membros com capacidade de realizar um debate aberto. É aquele onde Conselheiros aceitam ser desafiados intelectualmente, não têm medo das discordâncias e questionam a si mesmos sobre “possíveis vieses” que trazem em suas bagagens.

Um Conselho verdadeiramente diverso tem mulheres, homens, brancos, negros, idosos, jovens que querem chegar a um consenso no fim, mas antes disso não correm do contraditório, das polêmicas ou das perguntas difíceis. Eles têm coragem de “destoar” e não estão interessados no “efeito manada” da concordância.

Precisamos urgentemente pensar na diversidade das lideranças das nossas empresas. Mas igualmente urgente é a necessidade de cultivar um ambiente aberto, de confiança e admiração mútua. Quando construirmos uma cultura que realmente respeita e aprecia o diverso, aí sim, teremos resultados espetaculares para exibir.

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